Há 20 anos, o Brasil vestia o luto e ficava mais triste com a fatalidade que interrompia a vida de um dos maiores ícones da música popular brasileira, o nosso eterno Gonzaguinha. Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, era filho do rei do Baião, Luiz Gonzaga, o “Gonzagão”, com daléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil, e estava no auge de sua carreira quando sofreu um acidente de carro no quilômetro 30 da BR-280, entre os municípios de renascença e marmeleiro, na região sudoeste do Paraná. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas chegou sem vida ao Hospital.
Gonzaguinha como ficou popularmente conhecido nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro. Aos dois anos ficou órfão de mãe, que morreu de tuberculose, doença que mais tarde viria a acometer o próprio Gonzaguinha. Não podendo cuidar do filho porque viajava por todo o Brasil fazendo shows, o pai entregou o filho aos padrinhos Dina (Leopoldina de Castro Xavier) e Xavier (Henrique Xavier), a quem Gonzaguinha tinha um grande apreço. “Foram eles que me criaram e por isso eu toco violão”, dizia o músico.
Gonzaguinha sempre teve uma veia artista, talvez pela influência genética ou até mesmo social. Aos catorze anos, escrevia sua primeira composição: Lembranças da Primavera. Pouco mais tarde, compôs Festa e From U.S of Piauí, que seu pai gravaria em 1967. Apesar do pai ser uma grande referência no mundo da música sua relação com ele era bastante conflituosa, chegou a morar com Gonzagão na juventude, mas os constantes desentendimentos com sua madrasta o fizeram ser interno em um colégio.
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior sonhava em ser economista, inclusive cursou a Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, a partir daí começava a nascer o cidadão consciente social e politizado, que viria a fazer da sua música um meio de criticar as desigualdades existentes e praticadas pela nossa sociedade. Sendo por muitas vezes alvo da censura no governo militar. No entanto, ele nunca deixou de divulgar seu trabalho, driblava os censores com canções alegóricas, Nos shows, não só cantava as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, mas não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava.
A década de 80 foi bastante promissora para o cantor, sua carreira deu uma guinada, seus shows era sucesso de público e os LPs batiam recorde de vendas, com música como: O Que É O Que É?, Ponto De Interrogação, Lindo Lago Do Amor, dentre outras. Nessa época o cantor se dividia entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país, tendo como a mais importante a turnê do show "Vida de Viajante" (1981), que selava o reencontro com o seu pai Luiz Gonzaga. Deixando mágoas, desavenças, ressentimentos na poeira das estradas, eles viajaram juntos por quase um ano, mais do que se perdoaram - tornaram-se amigos.
A morte de Gonzaguinha repercutiu em toda imprensa nacional. Ao saber da morte precoce do artista, grandes nomes da música, entre os quais compositores, cantores, interpretes e amigos de Gonzaguinha externaram o seu pesar. Hoje 20 anos depois, o Brasil ainda sente a falta deste grande homem que através da música provocava as pessoas a pensarem criticamente e se preocupar com os rumos do nosso país. Suas músicas são cantadas, tocadas e regravadas por todas as gerações e Gonzaguinha continua sendo uma das grandes expressões musicais do nosso Brasil.
Nunca Pare de Sonhar
"Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do dol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será"
(Gonzaguinha)
Do Portal Codisma com informações do http://www.gonzaguinha.com.br